Com a chegada de novembro, o varejo brasileiro se prepara para a tradicional Black Friday, marcada para o dia 28. Mas, curiosamente, o clima de liquidação também se faz sentir na B3, onde diversas ações são avaliadas como 'baratas' segundo o consagrado Método Graham, desenvolvido pelo lendário investidor Benjamin Graham. Essa metodologia compara o preço de mercado das ações com um valor teórico fundamentado em indicadores financeiros sólidos, como lucro, patrimônio e potencial de crescimento.

O que está por trás do Método Graham?

O Método Graham é reconhecido por sua abordagem racional na identificação de oportunidades de investimento. Ao analisar fatores como lucro, patrimônio líquido e perspectivas de crescimento, o modelo busca determinar se uma ação está subvalorizada ou supervalorizada. No entanto, como destacam analistas do mercado, o contexto brasileiro adiciona camadas de complexidade: fatores políticos, volatilidade econômica e oscilações cambiais podem distorcer a percepção de valor, tornando a análise ainda mais desafiadora.

Felipe Sant'Anna, analista da Axia Investing, ressalta que o modelo, embora siga regras claras, precisa ser adaptado à realidade local. Já Jorge Azevedo, especialista em gestão de crédito e risco, aponta que empresas estatais como Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) frequentemente aparecem entre as mais baratas, mas carregam riscos específicos, como possíveis intervenções governamentais em políticas de preços, distribuição de dividendos e alocação de capital. Isso pode enfraquecer a tese de valor dessas companhias.

Atenção ao risco: barato não é sinônimo de ausência de risco

É fundamental compreender que uma ação considerada barata pelo Método Graham não está livre de riscos. O conceito central é pagar menos do que o valor intrínseco, assumindo que a qualidade dos lucros se mantenha. Diversificação, análise criteriosa dos balanços e atenção ao Dividend Yield — que pode ser cíclico — são práticas recomendadas para quem busca aproveitar essas oportunidades.

Destaques do ranking: ações com maior potencial de valorização

Entre as ações mais descontadas da B3, segundo o Método Graham, estão AMER3, negociada a R$ 5,50, mas com preço justo estimado em R$ 149,46 — um potencial de valorização superior a 2.600%. LIGT3 também se destaca, cotada a R$ 5,69 frente a um valor teórico de R$ 45,85, sugerindo um upside de mais de 700%. Outros nomes relevantes incluem CBEE3, MNPR3, BNBR3 e VTRU3, todas apresentando potenciais de valorização expressivos conforme o levantamento.

Oportunidades e cautela para o investidor

O cenário atual oferece oportunidades para quem busca ativos descontados, mas exige análise aprofundada e gestão de risco. O investidor atento deve considerar não apenas o potencial de valorização, mas também os fundamentos e a resiliência das empresas diante das incertezas do mercado brasileiro.

Para quem deseja explorar o universo das ações baratas e comparar múltiplos indicadores fundamentalistas, a ferramenta de Ranking de Ativos da AUVP Analítica oferece uma visão detalhada e atualizada das melhores oportunidades da B3, facilitando decisões mais embasadas e estratégicas.