Ibovespa atinge novo recorde impulsionado por gigantes do mercado

O Ibovespa, principal termômetro do mercado de ações brasileiro, atingiu um novo patamar histórico nesta sexta-feira (28), ao superar a marca dos 159 mil pontos. O índice chegou a 159.161 pontos às 10h19, impulsionado especialmente pelo desempenho de gigantes como Itaú (ITUB4) e Vale (VALE3), que anunciaram dividendos bilionários na véspera. O Itaú, por exemplo, distribuirá R$ 23,4 bilhões aos seus acionistas, enquanto a Vale pagará R$ 15,3 bilhões em proventos, o que elevou as ações do banco em mais de 2% e da mineradora em mais de 1% no pregão.

Apesar do otimismo, o avanço do Ibovespa poderia ter sido ainda maior não fosse a queda das ações da Petrobras (PETR4), que recuaram mais de 2% após a divulgação do novo Plano de Negócios 2026-2030. O documento prevê redução nos investimentos e nos pagamentos de dividendos para os próximos cinco anos, o que gerou cautela entre investidores e pressionou o desempenho do papel no índice.

O ano de 2024 tem sido marcado por recordes sucessivos para o Ibovespa (IBOV), que já acumula valorização de 32% até o momento. O movimento é sustentado pela expectativa de cortes nos juros americanos e pelos resultados sólidos apresentados pelas empresas brasileiras, fatores que têm atraído capital estrangeiro de volta à bolsa nacional. O recorde anterior havia sido registrado apenas dois dias antes, quando o índice alcançou 158.713 pontos.

No mercado de câmbio, o dólar abriu em queda frente ao real, recuando 0,47% e sendo cotado a R$ 5,32 por volta das 11h03. O dia foi marcado por menor liquidez global devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos e por um problema técnico nos data centers do CME Group, que atrasou o início das negociações na maior bolsa de derivativos do mundo.

No cenário de juros, o mercado repercute a taxa de desemprego, que atingiu a mínima histórica de 5,4% no trimestre móvel encerrado em outubro, segundo o IBGE. Embora o fortalecimento do mercado de trabalho seja positivo para a economia, ele também representa um risco para a inflação, já que mais pessoas empregadas tendem a aumentar o consumo. Como resultado, as taxas do Tesouro Direto operam em alta, com o título 2028 oferecendo rendimento de 12,81% e o papel com vencimento em 2032 chegando a 13,30%.

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