A Raízen (RAIZ4) anunciou mudanças estratégicas em seu Conselho de Administração, comunicando nesta segunda-feira (24) as renúncias de Cristiano Pinto da Costa e Rodrigo Araújo Alves. Para ocupar as vagas, Shell e Cosan, principais acionistas da companhia, indicaram Roland Alexander Ilube e Vasco Augusto Pinto da Fonseca Dias Júnior, que já tiveram suas nomeações aprovadas pelo Conselho e assumem imediatamente até a próxima Assembleia Geral, quando a eleição será ratificada.

Contexto das indicações

A chegada de Roland Ilube e Vasco Dias Júnior ao Conselho de Administração da Raízen (RAIZ4) ocorre em um momento de desafios e reestruturação para a companhia. Roland, com mais de três décadas de experiência no setor de energia e finanças, ocupa atualmente o cargo de Vice-Presidente Sênior de Aquisições, Desinvestimentos e Novos Negócios na Shell International, trazendo uma bagagem estratégica fundamental para o atual cenário da empresa. Já Vasco Dias Júnior, formado em Sistemas da Informação pela PUC-RJ e com pós-graduação executiva na Universidade de Michigan, acumula passagens de destaque como CEO da Raízen, Vice-Presidente Comercial e de Operações da Shell, além de cargos executivos em grandes companhias como CSN e Cosan.

Impacto das mudanças e cenário recente

As mudanças no Conselho acontecem em meio a um período de resultados desafiadores para a Raízen. No segundo trimestre da safra 2025/26, a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 2,3 bilhões, ampliando significativamente o resultado negativo de R$ 158,3 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. O desempenho foi pressionado por menor contribuição operacional, aumento das despesas financeiras e efeitos da variação do valor justo do ativo biológico. Além disso, impactos não recorrentes de R$ 1 bilhão, ligados à hibernação e alienação de ativos, reforçam o movimento de simplificação do portfólio da empresa. O Ebitda ajustado somou R$ 3,3 bilhões, queda de 12,8% em relação ao mesmo trimestre da safra anterior.

Análise e perspectivas

A renovação do Conselho de Administração, com nomes de peso e experiência internacional, sinaliza uma tentativa da Raízen de fortalecer sua governança e buscar soluções para reverter o cenário adverso. A expertise dos novos conselheiros pode ser determinante para a condução de estratégias de recuperação e para a retomada do crescimento sustentável, especialmente diante dos desafios do setor de energia e das demandas por inovação e eficiência.

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